Espinheira – Foz do Cunene – Baía dos Tigres
Neste e no próximo e ultimo artigo desta viagem, as imagens aqui colocadas falam muito por si.
No entanto, não é possível aqui mostrar os momentos de pura adrenalina que vivemos na perseguição a animais e nas pistas de areia em velocidades que atingiram os 100 km/h!
É talvez nesta ultima parte da viagem que a paisagem mais surpreende pela imensidão da areia, pelas dunas enormes e quase sem fim.
E no meio desta aridez, cruzá-mo-nos com zebras e orix e fomos atrás deles de carro a velocidades incríveis…
Muita adrenalina, muita emoção.
Saindo da Espinheira depois do almoço, o objectivo dessa tarde era chegar à foz do Cunene e sabendo que nos esperava muito vento e pouco abrigo para montar acampamento, iríamos subir para norte para procurar um local mais perto da Baía dos Tigres para o efeito.
Para quem não leu o artigo anterior, deixo aqui o mapa deste segundo dia de viagem: mapa do 2º dia
A picada era agora uma suave pista de areia onde esperávamos avistar alguns animais.
Local de paragem obrigatória para observar e fotografar o carro em sucata mais icónico do Namibe.
Este carro abandonado é objecto de várias imagens na net.
Alexandre o Grande
Mais à frente uma das viaturas do grupo inicia uma perseguição as duas zebras e consegue que pelo menos uma delas, corra durante algum tempo ao nosso lado, o que permitiu fotografias muito interessantes
Para informação as zebras que povoam esta região são do tipo Zebra das Montanhas, procurei pela net e compilei um texto sobre estas zebras:
Vivendo em grupos pequenos, a Zebra da Montanha encontra-se em perigo.
Habitam nas pradarias e savanas de montanhas, savanas abertas e nos planaltos elevados em populações isoladas nas áreas de montanhas do Oeste e Sul da África do Sul e em populações maiores no Sudoeste de Angola e na Namíbia.
São animais que migram sazonalmente, e as suas grandes concentrações são muito conhecidas.
As fêmeas atingem a maturidade sexual aos 2-3 anos, mas reproduzem-se apenas aos 6 e os machos atingem-na depois dos 4 anos.
Procriam todo o ano, têm um período de gestação de cerca de 1 ano, nasce 1 única cria e o intervalo de procriação é de 1 a 3 anos.
As Zebras da Montanha alimentam-se de ervas, folhas, casca de árvores e matéria vegetal.
Estas belas criaturas têm a longevidade na Natureza desconhecida, mas em cativeiro de cerca de 29 anos.
Um pouco mais à frente um órix isolado foi correndo ao nosso lado e deixou-se fotografar:
Tal como das zebras, agora é a vez de escrever umas palavras sobre este animal, também compilados de vários textos que encontrei na net:
O órix é um grande antílope africano.
É também chamado de guelengue-do-deserto ou, ainda, gemsbok, nome de origem neerlandesa, que significa camurça.
Este antílope caracteriza-se pelo seu porte elegante e pelos seus chifres longos e direitos, por vezes ligeiramente encurvados e canelados na base.
A pelagem é de pelo curto de um tom cinzento arroxeado.
Ostentam diversas manchas pretas e brancas na face.
É um animal típico do deserto, ou de regiões secas e áridas, onde pode subsistir em condições de extrema secura, contentando-se com a água contida nos alimentos que ingere.
Ele consegue sobreviver em zonas onde a maior parte dos mamíferos não pode subsistir.
Os órix só bebem água quando a conseguem encontrar. São animais extremamente resistentes.
Durante os períodos de maior seca do ano evitam deslocar-se durante o dia para não se desidratarem.
Pode também ser encontrado nas dunas de areia, nas savanas, em regiões de algum relevo montanhoso.
Forma rebanhos numerosos em que os machos e as fêmeas mais velhas têm papel preponderante sobre os restantes componentes da manada.
Depois de toda esta adrenalina, depois de várias viaturas do grupo perseguirem e acompanharem estes animais, retomámos o caminho das pistas de areia.
Como as dunas estavam perto, a partir daqui até ao destino final, rolaremos com os pneus com pouco ar (1bar), porque só assim pudemos andar na areia (mais dura) das dunas e na areia à beira mar.
E já perto final da tarde, chegámos à foz do Cunene, ponto ansiado durante toda a viagem.
Primeira paragem no posto policial, ainda antes da foz no Atlântico, mas muito perto do mar.
E a paisagem é magnífica, nós na margem direita temos a visão mais imponente, porque à nossa frente estão as dunas da margem esquerda (Namíbia).
Até um órix Namibiano nos olhava do outro lado do rio…
Retomámos a pista de areia para finalmente chegarmos à foz, mesmo onde o Cunene se entrega ao Atlântico.
Aqui o areal é plano, muito vento, algum frio, vários animais no horizonte e até uma foca estava à nossa espera para nos dar as boas vindas neste ponto mas a sudoeste de Angola.
Rumo a norte, montámos acampamento não muito longe da Baía dos Tigres
Quando chegámos estava muito vento, mas com as viaturas colocadas estrategicamente conseguimos um corta-vento e pudemos montar o acampamento.
Nesta zona existem muitos chacais, e dois deles no final da noite fizeram uma visita ao acampamento, e puderam degustar os restos do churrasco que lhes foram oferecidos.
Tal como anteriormente, aqui deixo algumas palavras sobre estes animais.
O chacal africano é um pequeno predador com hábitos necrófagos.
É um animal bastante tímido que só se arrisca a atacar pequenos animais, preferindo alimentar-se dos restos das carcaças deixadas pelos grandes predadores.
É um artista perfeito na arte de se infiltrar para poder roubar os seus quinhões de carne, disputando os restos com os abutres e com outros pequenos animais necrófagos que se lhe oponham.
É o tipo clássico do ladrão furtivo que rouba e foge.
É muito abundante em toda a África e habita uma grande diversidade de habitats, desde o deserto puro às florestas e às savanas.
Tem hábitos nocturnos e procria em tocas.
Baía dos Tigres, 1 de Novembro de 2015, domingo