7 anos depois a água voltou ao lago do Arco

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De passagem pelo Tombwa fui ao Arco para o mostrar às pessoas que estavam comigo, tendo explicado antes de lá chegar que há já alguns anos que o Curoca não trazia água suficiente para encher o lago… e qual não foi o nosso espanto ao chegar quando vimos o lago do Arco com tanta água!

Aconteceu agora no final de Março deste ano de 2018 e segundo nos informaram no local foi preciso esperar sete anos para ver o lago com água novamente!

Fica aqui o registo fotográfico deste momento excepcional.

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Pelo caminho até ao Arco…

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Agora a placa de probição de nadar até faz sentido!

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Sentados à sombra estavam dois habitantes da região que contemplavam o lago e me falaram do tempo em que por ali costumavam passar os flamingos…

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Talvez os flamingos ainda voltem ao lago do Arco, isto se o Curoca voltar a encher o lago todos os anos como o fazia antes… quem sabe?

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Lago do Arco, Tombwa, Março 2018

Tombwa – farol e Flamingo’s Lodge

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No seguimento do artigo anterior, e estando na mesma zona, existem dois caminhos a não perder que correm quase paralelos um ao outro em direcção ao mar.

O caminho mais a sul, corre no planalto, picada macia com alguma areia, e que nos leva ao farol dos Flamingos, o outro mais a Norte leva-nos ao Flamingo’s Lodge pelo leito de um rio seco, terminando numa passagem pela beira-mar para conseguirmos chegar aos “bungalows” deste lodge.

Os mapas com estes e para os anteriores trajectos podem ser vistos aqui.

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A caminho do farol é possível, nalguns pontos, chegar próximo das escarpas montanhosas que fazem a transição do planalto onde nos encontramos e o leito seco do rio em baixo (a norte) para podermos daí, usufruir de paisagens imponentes e magníficas.

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Na ponta do farol e do alto do planalto, a vista é soberba.

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Já de regresso à estrada, mais um apontamento.

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Voltamos à estrada principal mais uma vez para terminar este passeio, descobrindo a picada que nos leva ao Flamingo’s Lodge situado mesmo à beira-mar.

Este trajecto é feito quase sempre em areia (por vezes muita areia), pois trata-se do leito de um rio seco, o que nos obriga a alguns cuidados na condução.

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Mas vale bem a pena, pela envolvente montanhosa ao longo do trajecto, bem como pela chegada ao mar, onde um extenso areal nos leva ao local onde construíram os “bungalows” em madeira sobre o mar.

Estivesse um dia de sol, e as fotografias teriam outro impacto, no entanto é possível perceber como este local é soberbo para visitar e até para passar uns dias.

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Segundo me informou um responsável do lodge, eles podem organizar pescarias, viagens de barco, viagens ao parque Iona, à foz do Cunene, etc… não faltam aqui motivos para uma estadia mais prolongada, sobretudo para os amantes deste tipo de turismo e de paisagens.

Sem qualquer duvida, a Natureza no seu estado puro.

Norte do Tombwa, Agosto 2016

Tombwa – costa Norte, Arco e a Rocha

Entre Namibe e Tombwa a paisagem árida, quase desértica, tem o seu encanto próprio e são 100 km de prazer (para quem aprecia), ao percorrer este trajecto, até porque o pavimento está excelente, coisa rara nestes tempos que correm.

No final de tarde na beira da estrada com o céu muito enevoado:

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Encontram-se ao longo da estrada placas de sinalização muito antigas, tão antigas que ainda têm como referência os nomes destas duas cidades antes da indepêndencia: Moçâmedes (actual Namibe) e Porto Alexandre (actual Tômbua).

Fica aqui o registo desta curiosidade.

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Neste artigo venho mostrar umas fotografias tiradas na costa Norte de Tombwa, no Arco e num “canyon” magnifico que é identificado localmente como a Rocha.

Num próximo artigo publicarei fotografias da continuação desta viagem, passando da Rocha para a picada que nos leva ao farol dos Flamingos para depois voltar à estrada, para nova e ultima incursão pelo leito do rio seco que nos leva ao até mar onde se encontra o Flamingo’s Lodge.

Para poder andar por estas paragens de forma mais fácil, preparei um mapa que pode ser visto aqui.

Iniciando este passeio imediatamente antes de atravessar a ponte sobre o rio Curoca (sentido Namibe/Tombwa) na saída da estrada principal à direita, teremos 9 km de picada boa, maioritariamente de areia, que deambula entre as pequenas montanhas e o mar e termina numas salinas cuja entrada me foi vedada por não estar autorizado a visitá-las.

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Um escorrega natural para diversão da miudagem

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De regresso à estrada principal, tomando a direcção do Namibe, passados 12 km, encontramos uma placa com a indicação Arco 4 km, e saindo à direita para a picada que se faz sem dificuldade de maior, chegaremos a este local tão icónico e muito visitado.

Ao chegar, encontrei um guarda que por lá mora com a família mais suas cabras e cabritos, que me explicou que o lago está seco já vai para seis anos e que essa situação acarreta para a agricultura da região graves prejuízos.

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Anteriormente quando o lago enchia, a paisagem era muito mais agradável, e até os flamingos por ali apareciam, mas actualmente a zona do lago está permanentemente seca e a paisagem torna-se um pouco desoladora.

O famoso Arco, não é mais que uma formação rochosa que tem a forma muito característica de um arco apoiado no meio tendo a erosão ao longo dos anos acabado por lhe dar este aspecto estranho e imponente.

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Visitado o arco, retomando novamente a estrada principal, e percorridos 18 km para norte (direcção do Namibe) encontramos uma placa que nos indica à esquerda (para quem vem do Tombwa) uma picada para chegar até à Rocha.

A picada é rápida, com um piso macio e fácil e leva-nos directamente à parte superior deste “canyon” natural que os locais resolveram chamar simplesmente de Rocha.

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O desnível entre o ponto mais alto e o ponto mais baixo do “canyon” terá uns bons 60 metros.

A paisagem neste local é magnífica pela grandiosidade das formações rochosas e pelo fabuloso fenómeno da erosão que provocou esta gigantesca garganta escavada no terreno e apontada ao mar.

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No regresso à estrada principal, algumas welwitchias mirabilis de porte imponente estavam ali descansadamente estendidas neste planalto de solo árido e agreste.

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Norte do Tombwa, Agosto 2016

Virei, pinturas rupestres e mucubais

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Situada a norte do parque Iona e a 120 km para o interior a partir do Namibe, Virei tem hoje um acesso fácil, tendo no inicio e em cerca de metade do seu trajecto a estrada já alcatroada, sendo no restante até à povoação, um “estradão” de boa qualidade.

Por esta razão, visitar Virei pode ser uma viagem sem dificuldades de maior, permitindo usufruir de uma paisagem muito característica, podendo ainda visitar as pinturas rupestres de Tchitundo-Hulu, e com um pouco de sorte encontrar Mucubais e poder fotografá-los.

São estes os temas que registei nesta viagem.

Começando pela viagem de ida até Virei, e depois de deixar a estrada Namibe/Tombwa a maioria do caminho é feito num planalto onde no meio da sua imensidão podem ser observados pequenos maciços rochosos.

Só quando Virei está próximo, encontramos as montanhas a norte da povoação.

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Em Virei pedi ajuda para ir ver as pinturas rupestres de Tchitundo-Hulu e já com companhia lá seguimos direcção ao sul para ver as pinturas.

Pode ser descarregado aqui o mapa de acesso a Virei e às pinturas rupestres.

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Existe na net muita informação sobre estas pinturas, e facilmente quem quiser poderá documentar-se com todo o detalhe sobre este tema.

No entanto da recolha que fiz preparei um pequeno texto que pode resumir alguma informação importante sobre estas pinturas e pode ser lido aqui.

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Junto das pessoas que encontrei em Virei e mesmo durante o trajecto para as pinturas, fui procurando saber onde encontrar Mucubais para poder fotografá-los.

Fui informado que durante a época das chuvas é muito fácil encontrar Mucubais nestas paragens, mas agora que a época das chuvas acabou, eles viajam para outras paragens onde mais facilmente vão encontrar água e pasto para o seu gado.

Já estava convencido de que não seria desta vez que iria encontrar os Mucubais, mas quando me preparava para regressar fui a uma loja em Virei comprara água para a viagem de regresso.

Eis senão quando, sobre o alpendre encontro a descansar uma família de Mucubais.

Após um pedido de autorização para tirar fotografias devidamente retribuído com a oferta de algumas cervejas para os adultos e gasosas para os mais pequenos, foi-me permitido fotografá-los.

E são essas fotografias que aqui apresento.

Sobre os Mucubais muita coisa aqui podia escrever, mas preferi compilar vários textos que recolhi da net e para quem quiser aprofundar o conhecimento sobre este povo pode ler aqui alguns textos sobre os Mucubais.

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Não resisto a deixar aqui a transcrição de algumas passagens sobre este povo que encontrei na net:

“A vida dos Mucubais tem muitos mais mistérios do que se possa imaginar.

Os seus hábitos e costumes são quase pouco estudados por arqueólogos, historiadores e antropólogos de todo Planeta.

Diferente do que se pensa, conhecem os vícios e as virtudes da civilização modernista e vivem, hoje, entre a aceitação e recusa do comércio convencional.

A ida à escola e a aceitação do cristianismo são outros aspectos em que se mostram irredutíveis, para dar continuidade às antigas tradições, pois têm noção que, só assim, resistiriam como povo original.

Trata-se de um povo inconfundível, que se difere dos povos civilizados com as suas típicas pulseiras, missangas e turbante de pele de carneiro, que são enfeites indispensáveis nas mulheres.

Já os homens apresentam diferentes tipos de cabelo, cada um com o seu significado.”

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“A busca por água e comida dependem de um processo de transumância, que os pode levar a percorrer mais de 50 quilómetros por dia, enfrentando de peito aberto e com sabedoria ancestral os qualquer eventual perigo do deserto.

A comunidade pode parecer ultrapassada no tempo e espaço, mas guarda a mais típica sabedoria africana, sobrevivendo e resistindo por vários séculos à invariável seca.

Desde o período colonial, opta por uma dieta quase à base de frutos silvestres, leite e seus derivados.

Carne, apenas em ocasiões especiais.

Segundo relatos, o povo recusa-se a comer peixe, alimento que o mar, próximo do seu habitat, quase gratuitamente lhes ofereceria.

Ainda segundo os mesmos relatos, essa prática não se deve a factores culturais.

Reza uma antiga lenda que os seus antepassados foram mortos, atirados ao mar e comidos pelos peixes, sendo esta a causa do aparente desprezo pelo peixe.”

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Depois deste encontro inesperado, estava na hora de regressar.

Virei, Maio de 2016

Namibe, praias a norte

A norte da cidade do Namibe, três praias podem ser visitadas num passeio que, neste caso se iniciou na pescaria Baba e terminou na praia das Pipas, passando pelo Mucuio.

O caminho é feito por picadas em bom estado, onde as paisagens têm uma beleza particular muito interessante e muito diversa, desde um planalto imenso até descidas pelas encostas até ao mar.

Para chegar à pescaria Baba a picada utilizada foi a partir da estrada Namibe/Bentiaba, estando o desvio para a picada devidamente assinalado.

Num mapa que preparei e que está acessível aqui, é possível ver o trajecto, bem como as distâncias a percorrer.

Ao chegar à pescaria Baba e no momento que se inicia a descida do planalto para o mar, as colinas naturais foram uma surpresa inesperada, pela sua beleza estranha.

Não podia imaginar o que nos esperava, porque na net não tive acesso a qualquer informação sobre a pescaria Baba e foi só por mera curiosidade que ali me dirigi.

E em boa hora, porque a erosão desenhou nestas encostas formas estranhas e de uma beleza única e quase surreal.

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Junto à praia a pescaria e o seu cais.

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Retomando o caminho, voltando ao planalto e rumando a sul, encontramos à direita um vale profundo e lá longe junto ao mar pode avistar-se a praia do Mucuio.

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Já na praia do Mucuio, novamente junto ao mar e subindo um ligeiro promontório, ali está a capela mesmo na frente do oceano.

Aqui o mar tem ondas de dimensão apreciável que nos trazem aquele cheiro a maresia tão característico do mar mais revolto.

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Já de saída ainda a tempo de fotografar uma moradia imponente pela sua arquitectura e implantação numa colina elevada.

Vim a descobrir mais tarde tratar-se da residência da família fundadora da pescaria do Mucuio: João Thomás da Fonseca.

Na net encontrei um artigo que em detalhe relata essa época e descreve com pormenor a saga dessa gente, texto que aconselho a leitura aqui para melhor se poder compreender como começaram e se desenvolveram as pescarias nesta zona

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Saindo do Mucuio a próxima e última paragem é na praia das Pipas.

Esta é uma praia muito procurada pelos amantes do mar, pela sua tranquilidade e extenso areal.

Além da sua extensão, não tem nada de particular que aqui mereça ser referenciado, não deixando no entanto de ser uma praia muito visitada e apreciada.

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Era já final de tarde de domingo e estava na hora de regressar ao Namibe, embora perto, ainda era necessário mais meia hora de caminho.

Este é um percurso fácil de fazer, picada boa, sempre com o Oceano por perto, belas paisagens e seguramente um passeio fora do habitual.

Namibe, Maio de 2016

Tombwa (parte II)

As colinas perto do lago do Arco

Para se lá chegar, o caminho não tem dificuldade de especial, embora seja necessário ir num veículo todo o terreno para evitar surpresas.

O trajecto está referenciado no mapa em pdf que se pode descarregar em: mapa das colinas

Neste local o vento encarregou-se de esculpir estas formas de rara beleza.

Aqui, são as imagens que falam por elas próprias.

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No Google Earth, alguém colocou uma fotografia deste local e escreveu: “How March Looks Like”, nada mais apropriado, parece mesmo que estamos no planeta Marte…

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Final do dia no cruzamento da casa do cantoneiro, as cores do por de sol e a lua por companhia, nesta imensidão onde o horizonte se perde de vista.

Tombwa, Março 2016

Tombwa (parte I)

Os barcos, a capela e o cemitério

Já tinha passado pelo Tombwa no regresso da viagem à foz do Cunene mas sem poder visitar esta cidade como pretendia.

Voltei agora e inicio aqui dois artigos, para já, na esperança de voltar mais tarde, porque nesta região de Angola existem ainda muitos pontos de interesse para serem visitados.

Este é, o primeiro artigo sobre o Tombwa, antiga Porto Alexandre, cidade que termina onde as dunas do deserto do Namibe começam.

A designação de “Porto Alexandre”, tem origem no nome do explorador britânico James Eduard Alexander que visitou esta região em 1834, mudando o nome para “Tombwa” após a independência de Angola em 1975, nome pelo qual os nativos designam a “Welwitschia Mirabilis” (coisas que fui descobrindo na net…)

Estamos numa zona semidesértica, onde a sul começam as dunas que se estendem até à Namíbia, sendo por isso um local onde a natureza envolvente tem a beleza característica deste tipo de paisagem.

A cidade vive essencialmente da pesca e do tratamento do peixe e do marisco.

Neste primeiro artigo venho mostrar apenas três temas que fotografei: os barcos de pesca, o cemitério e a capela.

Estes três locais estão referenciados no mapa em pdf que se pode descarregar em: mapa de Tombwa

Começando no porto piscatório, visitei um estaleiro de construção e reparação de barcos de pesca.

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Vista geral do extenso areal da praia em frente à cidade.

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À saída de Tombwa em direcção ao Namibe, e sobre a direita encontramos o cemitério.

A particularidade deste cemitério resulta da consequência do avanço das dunas sobre a cidade, que neste caso se traduziu nas imagens que de seguida apresento.

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Aqui temos parte do muro exterior do cemitério onde vemos a duna formada contra ele.

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Um pouco mais à frente na mesma direcção e do lado esquerdo é possível ver ao longe a capela da Senhora dos Navegantes num planalto semidesértico sobre o mar.

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São apenas três os apontamentos que registei em Tombwa nesta passagem, no próximo artigo mostrarei as colinas perto do lago do Arco, que merecem pela sua imponência e beleza natural um artigo só sobre elas.

Tombwa, Março 2016

Namibe

A cidade foi fundada em 1840 e até 1985, teve o nome de «Moçâmedes».

Na net consegui apurar que:

O nome primitivamente dado à região onde se ergue hoje a airosa e progressiva cidade de Moçâmedes foi o de Angra do Negro.
Tornou-se historicamente famosa a expedição que Gregório José Mendes e Luís Cândido Pinheiro Furtado fizeram em 1785, explorando a Angra do Negro, que passou a designar-se por Baía de Moçâmedes, em homenagem ao governador-geral de Angola, desse tempo, José de Almeida e Vasconcelos, Barão de Moçâmedes.

O nome namib é original do dialeto san que vem a ser uma das formas linguísticas do idioma Khoisan falado na região, o khoekhoegowab, e, significa, “lugar vasto”, denominando perfeitamente a realidade da região”

Nesta passagem rápida pelo Namibe, apenas pude visitar três pontos interessantes: o Farol, uma pescaria abandonada e a praia Amélia.

Para quem quiser consultar o mapa pode descarregar o ficheiro pdf: Namibe

Seguramente muitos outros pontos de interesse poderia registar, mas o tempo desta vez não o permitiu.

Ficará para uma próxima passagem.

Esta fotografia foi tirada sobre o porto do Namibe no promontório a Sul.

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Existem pela costa angolana faróis deste tipo, que pela sua imponência chamam a atenção.

Já tinha encontrado um destes faróis em N’zeto, mas não o pude fotografar como explicado no artigo dessa viagem.

Desta vez pude tirar as fotografias sem limitações e apesar do estado degradado do edifício do farol, mesmo assim pode apreciar-se a sua imponência de tempos passados.

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Já num artigo anterior publiquei fotografias de pescarias abandonadas, tema que me interessa bastante, pela simbologia de alguns edifícios e pela história que ali permanece.

Tive nesta passagem pelo Namibe a oportunidade de visitar mais uma pescaria que embora habitada foi abandonada pelos antigos proprietários há muitos anos.

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Logo a seguir um pouco mais a Sul visitei a praia Amélia, conhecida pelo seu extenso areal e beleza natural.

Existe um lodge na praia e um bar de apoio, tornando o local muito apetecível pelas condições disponíveis.

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O meu desejo é voltar ao Namibe mais tarde, porque muitas coisas interessantes ficaram por ver para poder partilhar aqui.

Namibe, Março de 2016

Parque Iona/Foz do Cunene (parte VII)

Baía dos Tigres – Tômbua

Este era o último dia de viagem, e não menos interessante, porque nos seria dado a oportunidade rara de viajar durante muitos quilómetros entre as dunas do deserto e o mar do Atlântico.

São poucos os locais no mundo onde o ser humano tem o privilégio de contemplar a imensidão do oceano e do deserto juntos.

Talvez pelo contraste da aridez das dunas e a água do mar, talvez porque até onde a vista alcança, nada mais nos é dado observar, a natureza à nossa volta nos dá uma dimensão de infinito quase tangível.

Para quem estiver interessado em seguir este trajecto deixo aqui o mapa deste terceiro e último dia: mapa do 3º dia

Antes de toda essa adrenalina que nos estava reservada, acordámos cedo, ao nascer do sol.

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o indispensável café da manhã

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Os efeitos do vento nas dunas, deixa estas marcas nas mais variadas direcções.

Entre duas ou três explicações para o nome Baía dos Tigres, encontrei uma que falava deste efeito nas dunas, que para quem do mar as avistava lembraria a pele dos tigres…

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Nesta travessia, esperava-nos uns bons 30/40 quilómetros que só podem ser feitos na maré baixa, porque na maré alta o mar chega ao sopé das dunas, e nesse local as dunas são enormes não sendo transponíveis facilmente pelas viaturas todo o terreno como as nossas.

A maré baixa estava prevista para as 14 horas, e nós avançamos até à zona critica, esperámos um pouco e assim que a maré começou a descer, começámos a travessia.

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Entretanto, avistámos vários animais enquanto esperávamos pela descida da maré.

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Agora só as imagens das dunas, do oceano e do trajecto que nos permitiu usufruir de uma natureza única

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Já perto do final avistámos um bando enorme de patos pretos, que levantaram voo quando íamos a chegar…

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Uma paragem numa zona abrigada das dunas, já perto do final, para podermos ver uma casa de banho ao ar livre:

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E esta sanita estava mesmo operacional, com fossa séptica e tudo!

Retomámos o caminho para chegar ao ultimo ponto de paragem, o barco Venessa Serafood.

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Este barco está encalhado muito perto da linha de água, no entanto na altura em que passámos, estava meio enterrado na areia.

Tem alturas em está praticamente todo fora da areia, mas outras onde só os mastros aparecem fora areia…

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Ainda tempo nesta paragem para lançar cana ao mar, mas o peixe está longe…

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Termina aqui uma viagem memorável, pelas paisagens, pela natureza no seu estado puro, pelas pessoas que compunham o grupo, pela solidariedade do grupo, pela amizade e quero aqui deixar ficar uma palavra de profundo agradecimento aos organizadores, pessoas por quem tenho depois desta viagem uma enorme divida de gratidão.

Tômbua, 2 de Novembro de 2015, segunda-feira

Parque Iona/Foz do Cunene (parte VI)

Espinheira – Foz do Cunene – Baía dos Tigres

Neste e no próximo e ultimo artigo desta viagem, as imagens aqui colocadas falam muito por si.

No entanto, não é possível aqui mostrar os momentos de pura adrenalina que vivemos na perseguição a animais e nas pistas de areia em velocidades que atingiram os 100 km/h!

É talvez nesta ultima parte da viagem que a paisagem mais surpreende pela imensidão da areia, pelas dunas enormes e quase sem fim.

E no meio desta aridez, cruzá-mo-nos com zebras e orix e fomos atrás deles de carro a velocidades incríveis…

Muita adrenalina, muita emoção.

Saindo da Espinheira depois do almoço, o objectivo dessa tarde era chegar à foz do Cunene e sabendo que nos esperava muito vento e pouco abrigo para montar acampamento, iríamos subir para norte para procurar um local mais perto da Baía dos Tigres para o efeito.

Para quem não leu o artigo anterior, deixo aqui o mapa deste segundo dia de viagem: mapa do 2º dia

A picada era agora uma suave pista de areia onde esperávamos avistar alguns animais.

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Local de paragem obrigatória para observar e fotografar o carro em sucata mais icónico do Namibe.

Este carro abandonado é objecto de várias imagens na net.

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Alexandre o Grande

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Mais à frente uma das viaturas do grupo inicia uma perseguição as duas zebras e consegue que pelo menos uma delas, corra durante algum tempo ao nosso lado, o que permitiu fotografias muito interessantes

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Para informação as zebras que povoam esta região são do tipo Zebra das Montanhas, procurei pela net e compilei um texto sobre estas zebras:

Vivendo em grupos pequenos, a Zebra da Montanha encontra-se em perigo.

Habitam nas pradarias e savanas de montanhas, savanas abertas e nos planaltos elevados em populações isoladas nas áreas de montanhas do Oeste e Sul da África do Sul e em populações maiores no Sudoeste de Angola e na Namíbia.

São animais que migram sazonalmente, e as suas grandes concentrações são muito conhecidas.

As fêmeas atingem a maturidade sexual aos 2-3 anos, mas reproduzem-se apenas aos 6 e os machos atingem-na depois dos 4 anos.

Procriam todo o ano, têm um período de gestação de cerca de 1 ano, nasce 1 única cria e o intervalo de procriação é de 1 a 3 anos.

As Zebras da Montanha alimentam-se de ervas, folhas, casca de árvores e matéria vegetal.

Estas belas criaturas têm a longevidade na Natureza desconhecida, mas em cativeiro de cerca de 29 anos.

Um pouco mais à frente um órix isolado foi correndo ao nosso lado e deixou-se fotografar:

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Tal como das zebras, agora é a vez de escrever umas palavras sobre este animal, também compilados de vários textos que encontrei na net:

O órix é um grande antílope africano.

É também chamado de guelengue-do-deserto ou, ainda, gemsbok, nome de origem neerlandesa, que significa camurça.

Este antílope caracteriza-se pelo seu porte elegante e pelos seus chifres longos e direitos, por vezes ligeiramente encurvados e canelados na base.

A pelagem é de pelo curto de um tom cinzento arroxeado.

Ostentam diversas manchas pretas e brancas na face.

É um animal típico do deserto, ou de regiões secas e áridas, onde pode subsistir em condições de extrema secura, contentando-se com a água contida nos alimentos que ingere.

Ele consegue sobreviver em zonas onde a maior parte dos mamíferos não pode subsistir.

Os órix só bebem água quando a conseguem encontrar. São animais extremamente resistentes.

Durante os períodos de maior seca do ano evitam deslocar-se durante o dia para não se desidratarem.

Pode também ser encontrado nas dunas de areia, nas savanas, em regiões de algum relevo montanhoso.

Forma rebanhos numerosos em que os machos e as fêmeas mais velhas têm papel preponderante sobre os restantes componentes da manada.

Depois de toda esta adrenalina, depois de várias viaturas do grupo perseguirem e acompanharem estes animais, retomámos o caminho das pistas de areia.

Como as dunas estavam perto, a partir daqui até ao destino final, rolaremos com os pneus com pouco ar (1bar), porque só assim pudemos andar na areia (mais dura) das dunas e na areia à beira mar.

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E já perto final da tarde, chegámos à foz do Cunene, ponto ansiado durante toda a viagem.

Primeira paragem no posto policial, ainda antes da foz no Atlântico, mas muito perto do mar.

E a paisagem é magnífica, nós na margem direita temos a visão mais imponente, porque à nossa frente estão as dunas da margem esquerda (Namíbia).

Até um órix Namibiano nos olhava do outro lado do rio…

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Retomámos a pista de areia para finalmente chegarmos à foz, mesmo onde o Cunene se entrega ao Atlântico.

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Aqui o areal é plano, muito vento, algum frio, vários animais no horizonte e até uma foca estava à nossa espera para nos dar as boas vindas neste ponto mas a sudoeste de Angola.

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Rumo a norte, montámos acampamento não muito longe da Baía dos Tigres

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Quando chegámos estava muito vento, mas com as viaturas colocadas estrategicamente conseguimos um corta-vento e pudemos montar o acampamento.

Nesta zona existem muitos chacais, e dois deles no final da noite fizeram uma visita ao acampamento, e puderam degustar os restos do churrasco que lhes foram oferecidos.

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Tal como anteriormente, aqui deixo algumas palavras sobre estes animais.

O chacal africano é um pequeno predador com hábitos necrófagos.

É um animal bastante tímido que só se arrisca a atacar pequenos animais, preferindo alimentar-se dos restos das carcaças deixadas pelos grandes predadores.

É um artista perfeito na arte de se infiltrar para poder roubar os seus quinhões de carne, disputando os restos com os abutres e com outros pequenos animais necrófagos que se lhe oponham.

É o tipo clássico do ladrão furtivo que rouba e foge.

É muito abundante em toda a África e habita uma grande diversidade de habitats, desde o deserto puro às florestas e às savanas.

Tem hábitos nocturnos e procria em tocas.

Baía dos Tigres, 1 de Novembro de 2015, domingo