M’banza Kongo

Esta viagem tinha dois objectivos principais, o primeiro: conhecer a gruta de Zau Evua (artigo anterior) e o segundo: visitar a antiga capital do reino do Kongo e os seus monumentos que marcaram essa época.

Neste artigo é M’banza Kongo o centro das atenções.

Para aqui chegar vindo de Luanda, passámos por Ambriz e N’zeto, cidades à beira-mar e que serão apresentadas no próximo artigo.

Como introdução, algumas imagens da cidade e arredores:

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Os locais históricos a visitar encontram-se facilmente, porque estão todos localizados numa mesma zona na parte alta da cidade.

Sobre M’banza Kongo, muito se pode contar, e para explicar melhor estas imagens, recolhi na Internet partes de artigos escritos por quem sabe e com a devida vénia aqui transcrevo:

A cidade é um museu a céu aberto, albergando a Catedral de Kulumbimbi, erguida pelos Padres Capuchinhos no ano de 1549 (a igreja cristã mais antiga a Sul do Sahara), o Palácio Real (actual Museu dos Reis do Congo), o Cemitério dos Reis do Congo, o Túmulo de Dona Mpolo (mãe de um dos reis enterrada viva por desobediência ao pai soberano), a Árvore Sagrada Yala N´Kuwo, plantada dentro da residência do rei, e o Lumbu (Tribunal Consuetudinário).

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Depois da catedral de Kulumbimbi, o Cemitério dos reis do Kongo,

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O Museu, como era domingo, estava fechado.

Continuando com os textos recolhidos na internet:

Uma cadeia montanhosa rodeia M’Banza Congo (Cidade de M’Banza Congo, na tradução), que já se chamou São Salvador do Congo, com 507 anos de existência.

Foi capital do Reino, ou Império, do Congo, que se estendia do território que hoje corresponde ao centro-sul do Gabão até ao noroeste de Angola, passando pelas duas Repúblicas do Congo.

Dizem os registos históricos que o local começou a receber os primeiros habitantes no século XIII, que escolheram estrategicamente o cimo de uma das elevações que dominam toda a região circundante.

Um local que viria a converter-se em sede de um reino, governado por um monarca (Manicongo), constituído por três reinos menores (Ngoy, Kakongo e Loango) e nove províncias, mas com uma área de influência que se estendia aos territórios vizinhos de Ndongo, Matamba e Kissama.

Mas eis que surge a colonização europeia, iniciada com a chegada do navegador português Diogo Cão, no ano de 1482, que desembarcou na foz do rio Zaire, onde foi erguido um padrão que até hoje perdura, no local conhecido como Ponta do Padrão.

A chegada aconteceu no reinado de N’Zinga a NKuvo, que se tornou no primeiro Manicongo a ser baptizado pelos missionários católicos que faziam parte da expedição de Diogo Cão.

De facto, a colonização não se impôs de forma pacífica desde o seu início, e a cidade de M’Banza Congo foi um dos cenários de violentas batalhas, tendo sido saqueada e abandonada por diversas vezes.

Outro exemplo foi a Batalha de Mbwila, travada no Alto Loge, no ano de 1678, onde o rei António I Nvitaa Nkanga acabaria por ser derrotado e decapitado pelas forças portuguesas, que pretendiam a exploração forçada das minas de cobre de Bembe.

Depois da batalha, o Reino ainda se reorganizou e teve alguns tempos de paz e estabilidade, mas o ano de 1718 marcou o começo da sua decadência, enfraquecido pelas lutas sucessivas contra os portugueses e entre os clãs que disputavam o trono do Congo.

Também contribuíram para o seu declínio a má influência dos religiosos Capuchinhos no seio da corte e o comércio de milhares de cidadãos feitos escravos, entretanto deportados para a ilha de S. Tomé, transformada em grande entreposto deste comércio.

Uma vez visitada a cidade estava na hora de regressar a Luanda.

E nos primeiros km de estrada ainda deu para tirar mais algumas fotografias para ilustrar a paisagem desta região de Angola.

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Viagem agradável e tranquila por estradas em excelentes condições, que recomendo vivamente, até porque historicamente M’banza Kongo é um ponto de referência na África Austral.

Decididamente a não perder.

M’Banza Kongo, 28 de Fevereiro de 2016, domingo

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